Em homenagem ao mês das crianças, a edição desse InVerso Temático será sobre a presença da temática socioemocional nos livros infantis. A partir das obras “Bruna, uma amiga mais que especial”, “Sabrina, a menina albina”, “Felizes para sempre de um jeito diferente”, “Quem arrumou essa mala?” e “Cadê o fubá?”, as respectivas escritoras Celina Bezerra, Letícia Araújo e Silviane Scliar, que são também autoras da casa, irão aprofundar o tema em um papo amistoso e sensível, na próxima quarta-feira, no YouTube, às 20h.

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Sendo assim, Antonio Candido, célebre escritor e teórico brasileiro, defendia que as manifestações artísticas, dentre elas, a literatura, ajudam na organização dos nossos sentimentos e do caos presente no interior do homem, atuando também no inconsciente e no subconsciente. Da mesma forma, os livros possuem a capacidade de nos levar mentalmente para outra realidade, nos alimentando de imaginação e fantasia.

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Assim, talvez no período de isolamento, conseguimos enxergar com clareza como a arte e a cultura são peças essenciais nos nossos dias, seja por meio dos livros, da música ou de outras formas, são expressões que nos preenchem. Por isso, o incentivo à leitura é a melhor maneira de fomentar um mundo melhor e tentar deixa-lo mais leve.

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Tendo isso em vista, como um desdobramento da Literatura, os livros infantis têm o propósito de alcançar os pequenos leitores — aqueles que ainda se identificam com as letras em caixa alta e as ilustrações coloridíssimas apresentadas na lúdica literatura infantil. Desse modo, ainda que intuito seja o de atingir os pequenos, engana-se quem pensa que os livros infantis não possuem importância e complexidade narrativa tanto quanto os demais gêneros.

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No Brasil, além dos ilustres autores que farão parte do InVerso Temático, se destacam nomes como Ana Maria Machado, Ruth Rocha e Rafael Calça, autores que possuem livros com temáticas demasiadas importantes e profundas, como a compreensão e reconhecimento das emoções, como o luto, o abandono, o preconceito... entre diversos outros temas sociemocionais de igual importância. Diante disso, se percebe que a relevância da produção e reconhecimento desse gênero está justamente na consciência de que literatura também é comunicação e de que assuntos que parecem ter sentido apenas quando torna-se adultos são igualmente importante de se discutir com as crianças, uma vez que o objetivo dessa literatura é promover um espaço em que o leitor consiga — através da liberdade da imaginação — encontrar uma chave para a resolução de conflitos emocionais, que vão ficar mais claros com a maturidade mas já despontam na infância.

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Por fim, como se pode compreender, dado o que já mencionado anteriormente, os livros intrinsecamente transpõem valores e heranças culturais, assim como suscitam a representatividade e a reflexão histórica de quem os lê.  Exemplos desse fenômeno são as narrativas que protagonizam personagens negras e despertam nas crianças a noção de pertencimento, construindo uma imagem na qual o negro e a negra podem se orgulhar de si mesmos e, mais que isso, construir uma identidade consciente por meio do pensamento crítico. Por isso incentivar a produção e o fomento da leitura infantil e infantojuvenil, na mesma medida em que, a presença de temas socioemocionais nestas obras, faz-se muitíssimo pertinente em nosso tempo!

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Para fomentar ainda mais este maravilhoso bate-papo, foram convidadas as leitoras Nathalia Arima (@llululeitora) e Marcela Rios (@brincandoecontando). Você não pode perder!

 

 

 

Texto de Ana Flávia Lorena, graduanda em Licenciatura em Letras/UTFPR