top of page
inverso_temático_logo.png

Para quem ainda não o conhece, o InVerso Temático é um programa que debate questões que envolvem a literatura, tendo sempre participações especiais que unem a editora, autores e leitores!

25 DE NOVEMBRO, QUARTA-FEIRA, ÀS 20h 

FACEBOOK E YOUTUBE 

Confira quem serão os participantes! 

crixtina.jpeg
20200720_145246.jpg
foto para livro.jpg
Luciane1.jpg
ana claudia1.jpg
juju.jpeg

Cristina Jones

Editora InVerso

Publisher 

Adriane Baldini

Editora InVerso

Jornalista mediadora

Maria Leticia Fagundes

Autora 

"Dúvidas Femininas do Século 21"

Luciane Monteiro

Autora

"Taça Escarlate" e "A última tempestade"

Ana Claudia di Angelo 

Leitora

@cafe_com_leitura

Julia Marcelice

Leitora

@jujueoslivros

Tema:

COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA LITERATURA FEMININA

O último programa do InVerso Temático do ano será voltado para um assunto importantíssimo: o combate à violência contra a mulher por meio da literatura.

 

Para entender a importância desse bate-papo, vamos relembrar um pouco de nossa história! Não é novidade que as mulheres foram historicamente excluídas de diferentes espaços econômicos, culturais e sociais e claro, na literatura não foi diferente. No Brasil, até meados do século XIX, não havia publicação de autoria feminina no país.  Às mulheres, restava apenas o papel de personagem e, embora muitas vezes retratadas como protagonistas, na escrita eram sempre coadjuvantes.

Dessa forma, frequentemente na literatura canônica, isto é, nos clássicos, as mulheres eram essencialmente representadas sob o ponto de vista masculino, que por sua vez era constituído sob os pilares do modelo patriarcal. Tornavam-as, portanto, em imagens estereotipadas da vivência das mulheres, marcando suas trajetórias com submissão, obediência e silenciamento, contrapostos à  sensualidade e à beleza, elementos que eram utilizados como caracterização fundamental dessas personagens.

Um exemplo para ilustrar está na personagem Carolina, protagonista de A moreninha (1884) de Joaquim Manuel de Macedo: ela é marcada substancialmente pela sua beleza, fragilidade e delicadeza, e vive à espera de seu destino almejado, o casamento. Dessas condições limitantes são reduzidas a sua subjetividade, a sua capacidade de ser e de sonhar.

Mas se só Bentinhos puderem contar sua histórias, nunca saberemos a versão das Capitus.

Por isso a importância do que se conhece como Crítica Literária Feminista, consolidada na década de 1970 com a publicação da tese de Kate Millet, intitulada Sexual Politcs, na qual a autora encarregou-se de visibilizar a escrita de mulheres, bem como, denunciar e desestabilizar a ideologia reducionista e patriarcal na qual estavam inseridas e colocadas grande parte das personagens femininas canônicas. Para a realização deste trabalho a pesquisadora fez um resgate histórico da aparição de autoria feminina na literatura em contraste ao vazio desses livros nunca terem sido listados em livros didáticos ou indicadas para vestibulares e concursos.

No Brasil o marco se dá com a publicação de Úrsula, de Maria Firmina dos Reis em 1859, considerado o primeiro livro escrito por uma mulher no país. É sem dúvida um avanço, ainda que assustadoramente recente, visto que Lucíola de José de Alencar, foi publicado em 1862, ironicamente em uma série na qual o autor se propunha a apresentar alguns perfis esterotipados de mulheres.

Após Úrsula, outras mulheres começaram a aparecer no mercado editorial. Todavia, todas possuem em comum o fato de seus livros ainda serem marcados por visões pejorativas e machistas da época, uma vez que eram mulheres, mas ainda pertenciam ao imaginário social em que estavam inseridas e impregnadas.

As pequenas mudanças, no entanto, surgiram e ganharam espaço. Na segunda metade do século XX, coincidindo com os avanços do movimento feminista no Brasil, começa uma nova fase. Com a publicação de Perto do Coração Selvagem (1944), de Clarice Lispector, Nélida Piñon, Lygia Fagundes Telles, Lya Luft, entre outras, começam a repensar em seus manuscritos a condição da mulher na sociedade. Tais autoras não se diziam feministas, mas isso não faz delas menos contribuintes para a história e fortalecimento das mulheres na literatura brasileira. Suas personagens frequentemente eram narradoras que possuíam uma vida normal, mas em um momento de epifania questionavam seus papéis sociais e existenciais.

Nesse sentido, se vê pela primeira vez a elaboração de uma literatura nacional em que a percepção sobre o feminino pode ser autêntica, pois é vista do ponto de vista de quem teve sua história renegada e contada por terceiros.

Portanto, ainda que hoje é imprescindível enaltecer, estimular e destacar os livros produzidos por mulheres, nos quais a temática são as problemáticas de mulheres reais. Porém, não espera-se adjetivar a literatura escrita por autoras como se houvesse nela características específicas que a diferencia dos textos escritos por homens, mas sim estabelecer um cenário em que a voz e a visibilidade dessas mulheres seja semelhante ao palco que sempre foi estendido a eles.

 

Participe da nossa conversa nesta quarta, 25/11 na nossa página no Facebook e YouTube e interaja conosco sobre essa temática super importante e atual!

 

banner_ABRIL-01.png
bottom of page