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Para quem ainda não o conhece, o InVerso Temático é um programa que debate questões que envolvem a literatura, tendo sempre participações especiais que unem a editora, autores e leitores!

16/09, QUARTA-FEIRA, ÀS 20h 

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Confira quem serão os participantes! 

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     Cristina Jones

Editora InVerso

Publisher 

Adri Baldini

Editora InVerso

Jornalista mediadora

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Paula Belmino

Autora

"A menina que

sabe chover

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Carlos Badia 

Autor

"Sílaba Ciladas"

Érica Melo

Leitor 

@encantodoconto

Vitoria Bueno

Leitora

@ateoriadaslaranjas

Tema:

POESIA 

Mais do que estrofes, rimas e versos, a poesia é um dos gêneros — se não o mais, antigos da História. Isso porque muitas das obras, desde os vedas indianos (1700–1200 a.C.), os Gatas de Zoroastro (1200–900 a.C.) e até a Odisseia (800–675 a.C.), marco da literatura, parecem ter sido construídas de forma poética para facilitar a memorização dos acontecimentos por meio da oralidade.

 

Isso demonstra que o gênero vai muito além do lugar-comum em que é visto hoje em dia, considerando a crença de muitas pessoas de que o intuito da poesia é o de representar e discorrer sobre as emoções, especialmente, o amor. Não é verdade. Ainda que muitos poemas retratem o interior do homem, ou, "O sentimento do mundo", como Drummond nomeia um de seus livros, reduzi-los a esse aspecto é fechar os olhos para a potência transformadora de um poema. “Morte do leiteiro”, um dos títulos que perpassam outra obra do poeta recém citado, em "A rosa do povo", publicado em 1945, no ápice da Segunda Guerra, demonstra como é possível perceber a consonância contextual do autor com a luta dos menos favorecidos, representando visceralmente em seus versos a denúncia da exploração, da desigualdade e da desvalorização da vida, temas muitíssimos pertinentes na contemporaneidade e que não possuem os estereótipos afáveis em que se pode pensar a poesia.

 

O que se quer dizer, então, é que poetizar é retratar artisticamente a vida. Isto é, se poesia é literatura, literatura é arte e a arte é uma forma de traduzir o que se vive (e o que se sente!), poemas não são representações menores — no sentido de menos valorosas, do real. Entre sentimentos, catástrofes e simplicidades cotidianas, a diferença para os poetas está principalmente nos detalhes do mundo, que a eles, se faz corpo para aprofundar tais reflexões. Um exemplo mais próximo é o livro “A menina que sabe chover”, de Paula Belmino, autora que estará presente nesta edição do programa e que retrata  a seca do Nordeste, a substância essencial de seus escritos, sem perder a sensibilidade e o carinho que possui pelo lugar.

 

Além disso, a maior diferença desse gênero quando comparado aos demais está em sua estética. Na construção de poemas são utilizados frequentemente versos, ao contrário do que acontece na prosa, da mesma forma em que a extensão costuma ser menor do que a de outros tipos de texto. Há ainda, diferentes formatos, entre sonetos, versos brancos, construtivistas e contemporâneos, há a viabilidade de se encontrar rimas e metrificação, mas não é uma regra. Carlos Badia, autor de “Sílabas Ciladas”,  será a pessoa certa para discutir um pouco mais sobre essa diversidade, uma vez que seu livro oferece uma proposta construtivista da poesia.

 

Por fim, entende-se que o fazer poético também é uma forma de fazer com que se enxergue melhor o mundo e a si mesmo por meio da arte. Se a partir dos próprios sentimentos ou do mundo, não importa, por compreender os aspectos metafísicos da escrita, o poeta vê nesses elementos a possibilidade de transcender ao mundo fático: poetizar permite que se exprima aquilo que está dentro e fora de nós.

 

Para engrandecer ainda mais este debate, as leitoras Érica Melo, do IG @encantodoconto e Vitória Carolyne Bueno, do IG @ateoriadaslaranjas estarão dando suas opiniões sobre as obras dos autores presentes. Você não pode perder! 

 

 

 

Texto de Ana Flávia Lorena, graduanda em Licenciatura em Letras/UTFPR 

 

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