Versos Livres no Cápsulas Literárias
O peixe betta é um animal peculiar e devido a sua natureza, solitário. É também incrivelmente bonito e único. Mas sua beleza é efêmera, pois sua vida é curta quando comparada a de outros peixes. Seu comportamento rompe com o padrão esperado
e por isso, é singular.
Podemos comparar as características de um betta com a poesia moderna e contemporânea, uma vez que os autores dessas, são reconhecidos pelo rompimento com a poética tradicional e o uso da singularidade. A Cápsula Literária de hoje é sobre isso!
Há diversas maneiras de escrever poesia, mas um dos jeitos mais frequentes atualmente são os poemas de versos brancos e livres.
É importante lembrar que versos são as linhas que compõe um poema. Essas linhas podem ou não seguir um padrão de medida. Por exemplo, um poema com métrica (medida), possui versos com a mesma quantidade de sílabas, como o “Soneto de Fidelidade” feito por Vinícius de Moraes.
Então, os versos brancos são aqueles que possuem métrica, mas não possuem rimas. Eles existem desde o século XVIII no Brasil, tendo destaque na poesia romântica. Os versos livres, por outro lado, são mais presentes na poesia brasileira a partir do Modernismo (1930), e são aqueles que não possuem métrica definida, podendo ou não terem rimas — o que os tornam singulares dentro desse padrão, como o poema “Amar”, de Carlos Drummond de Andrade.
Ah! Devemos tomar bastante cuidado para não confundirmos os dois estilos (versos livres com brancos)! Mesmo assim, um poema pode apresentar versos brancos e livres ao mesmo tempo, como é o caso dos livros "O livro do recomeço" e "Vento dos amores"
da InVerso.